Club
Yoshio Ojima
We Release Whatever the Fuck We Want
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Disco (na verdade apenas cassete, em 1983) que acrescenta mais uma folha importante na história da pop vanguardista proveniente do Japão e numa década (1980) que não cessa de surpreender pela consistência e arrojo de muita música produzida então (Japão e não só), à margem das correntes pop principais, bastamente mapeadas e alvo de suficientes revivalismos ao ponto de o interesse se esgotar. No desconhecido - e o desconhecido pode não ser "estranho" nem "esquisito", apenas desconhecido - reside um dos grandes estímulos na continuada escuta e descoberta de música. Em primeiro lugar por busca de novas sensações estéticas, depois também, com certeza, por maravilhamento em relação ao que a personalidade humana é capaz de produzir artisticamente. "Club" não subscreve uma orientação específica, o seu charme reside nos interstícios de géneros como pop electrónica, ambientalismo (e orientalismo), industrial e uma vocação global que pode ser aproximada de uma obra como "My Life In The Bush Of Ghosts" (Brian Eno / David Byrne). Talvez seja errado utilizar o termo "exótico" porque, do ponto de vista ocidental, isso significa basicamente tudo o que está no Hemisfério Sul ou bem a Oriente, mas como Yoshio Ojima se baseava no Japão, vamos procurar definir o que se escuta em "Club" como exploratório no sentido da curiosidade, da naturalidade em percorrer timbres e sons que até poderão ser presets de fábrica mas cuja narrativa em conjunto perfaz este conjunto iliminado de oito faixas despretensiosas e reveladoras do mundo simultaneamente orgânico e sintético que o imaginário manga e anime traduzia frequentemente em histórias e imagens.