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Rifts

Oneohtrix Point Never

Software

Regular price €18,95

Tax included.

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Não andámos particularmente atentos a todos os recantos onde acontecem coisas interessantes e assim chegamos a Oneohtrix Point Never apenas através desta compilação de três discos previamente editados. A sensação de ter agora dois CDs inteiros de material é magnífica. Desde “Days Of Mars” de Delia Gonzalez & Gavin Russom que não ouviamos um disco novo com esta capacidade de transporte para o Cosmos – “Rifts” é uma fantasia futurista totalmente assente em equipamento vintage que Daniel Lopatin colecciona. Não há aparente limite para as evocações de um espaço infinito quando se sente que o som brota como água de uma fonte. “Betrayed In The Octagon”, “Zones Without People” e “Russian Mind” são os discos reunidos em “Rifts”, acrescentados de algumas faixas dispersas. A história da música electrónica ambiental é utilizada e ultrapassada, não porque este álbum seja de uma originalidade ímpar mas porque, no contexto em que aparece, fazemos forçosamente uma reavaliação de tudo o que se ouviu antes e “Rifts”, em vez de funcionar como um tributo a outros tempos ou simples revisionismo cósmico, exemplifica uma ética de processos físicos que se tem vindo gradualmente a perder à medida que se caminha para maior portabilidade e intangibilidade na música electrónica. Há um lado fetichista na apreciação que se faz deste disco por ser a música que é, e rapidamente esquecemos a procura da originalidade como objectivo máximo na excitação que a música pode provocar. “Rifts” ergue-se de toda a experiência anterior sobretudo desde o kraut mais electrónico (Tangerine Dream, Klaus Schulze, etc.) na década de 70 até ao ambientalismo New Age dos anos 80, um pouco do lado sombrio adoptado por certos projectos industriais e, até, o som 8-bit popularizado pelo módulo de som do Commodore. Completo, enciclopédico e, sob uma certa perspectiva, quase inesgotável.