Um
Martha Skye Murphy
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Ouve-se como um exercício de exorcismo, mas sem os tiques associados a esse tipo de coisa. Imagine-se que a 4AD dos 1980s - a dos Cocteau Twins, etc. - ligava para transformar essa ideia em 2024, com os tiques nervosos de quem mexeu com a forma com que ouvimos a música - e como devemos ouvir - como Claire Rousay. Pense-se também em Kate Bush, mas sem um sítio para onde correr. O álbum de estreia de Martha Skye Murphy é muitas coisas, mas é, sobretudo uma força que puxa outras para o domínio da pop. Nada estranho numa editora que tem feito disso motivo nos últimos quatro anos - seja de Coby Sey a Moin -, o que é estranho é estes sons, estas coisas que habitam a música de Murphy serem profundamente íntimas e não repelentes. É o tal síndroma de dar a volta, a música é singela, barroca, com apontamentos deslocados, mas de alguma forma isto faz sentido enquanto é maternal e sexual ao mesmo tempo. Um álbum para se ficar confuso? Talvez. Mas também podemos cair na admiração destes arranjos monumentais e de uma voz que requalifica o que pensamos como sagrado. Vão ao engano, fiquem para sempre.