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ex_libris 001

ex_libris

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Em 2006 começou a saga de Dave Huismans sob o nome A Made Up Sound. Com clara influência dos ingleses Source Direct (autores da faixa que lhe deu o nome) e com desenho de som definido, produção hi-fi e uma visão futurista, à frente, da música em mente, surgiram os primeiros discos influenciados pela Bass Music inglesa, mas que não se ficava por aí - a compilação homónima, que reunia todos os maxis e esforços de Huismans, evidenciava não a sua mestria em sound design e narrativas prontas para clubes, como também um sentido artístico fora da caixa, desafiante, ousado ("Half Hour Jam On A Borrowed Synth" é estranheza pura). Virando a atenção para uma outra faceta da história da música de dança, ex_libris é novo alias e assume-se como um receptáculo de energia Dub Techno. A primeira faixa "Wetlands" soa ao seu título, com texturas aquáticas, cadência House, inspiração clara de Porter Ricks / Monolake, antes de cair a batida, downbeat, de linha ácida dissimulada, low-end rico e layering surpreendente, com direito a dub sirens, acordes em piano, teclas liderantes de um Rhodes que progressivamente se vai abrindo e expandido, uma aura invernal. No lado B, "Chapel", carregada de ecos, simula profundidade com o carácter cíclico do ritmo aqui mostrado, uma descensão a uma infinitude de léguas submarinas e com direito a toda a fauna e flora características, de cadência mais lenta, relaxada, com feixes de luz a permearem pelo meio da faixa como se uma injecção de serotonina se tratasse. Em "Below Surface", Huismans relocaliza-se para Detroit e vai beber a todos os 3 Chairs, com bassline sexy, groovy, texturas granulares, bleeps e boops, cadência militante, psicadélia assumida nos contornos do ritmo, um pad vai bem fundo. Não seria de esperar outra coisa senão um sound design exemplar por parte do produtor Holandês, mas a nova encarnação ex_libris soa verdadeiramente a uma lufada de ar fresco no marasmo que é a condição da música de dança contemporânea. E é uma reinterpretação mais-que-bem-vida da linhagem Dub Techno, alvo de redundâncias como poucos. No que seria fácil distorcer e apresentar música desalinhada, Dave Huismans conseguiu mudar a trajectória de tudo isto. Bravo.