Everywhere At The End Of Time - Stage 6
Caretaker, The
History Always Favours The Winners
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Full Album
O que se faz quando se chega ao fim? Leyland Kirby, a propósito do anúncio do “Stage 6” de “Everywhere At The End Of Time” disse que não havia qualquer glória pessoal ou satisfação quando se chega ao fim das coisas. Olhar para o dia seguinte? O projecto seguinte? É uma opção. Se não existe glória no fim, existe no processo? Vamos assumir que sim. Foi algo que escrevemos praticamente desde o início, quando começámos a ouvir “Everywhere At The End Of Time”. Seis horas e meia de som que explora a forma a demência/memória se perde. É um ensaio de som, por assim dizer, agora que se chega ao fim entende-se que o projecto é também um caminho para descobrir o que fazer com a nostalgia e uma forma de debater o lugar da música presente em confronto com o passado. Mas ao longo do trajecto, Caretaker nunca esqueceu o lugar do ouvinte no meio disto tudo e tornou cada estágio num processo acessível, de fácil assimilação e que tornava a curiosidade, do antes e do depois, numa possibilidade. Se começámos no “haunted ballroom”, acabamos com uma definição de novo “ambient”. É a música que fica quando tudo se perde: é a lição que Caretaker nos quer deixar. É, também, a recompensa de quem fez estas horas todas com ele, que ouviu e reouviu os processos, decorou os sons para detectar as falhas na memória nos estágios seguintes. O fim é uma razão para celebrarmos Caretaker e uma das obras mais importantes destas década.