Black Classical Music
Yussef Dayes
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O que liga Louis Vuitton à Música Clássica Negra? E o que é Música Clássica Negra? Poder-se-ia argumentar que a música ritual ainda em solo africano, as transformações caribenhas, depois os cantos de trabalho, abrindo para blues e jazz, todo esse património é clássico e originou, senão toda, certamente a porção mais significativa da música popular que ainda escutamos hoje. Aliás, mais do que argumento, é facto. Parte dessas fundações são revisitadas, actualizadas e homenageadas em "Black Classical Music", disco que resulta de uma combinação de talentos em torno de Yussef Dayes (Shabaka Hutchings, Tom Misch, Masego, Elijah Fox, Jamilah Barry, etc.). Com um batimento no Cosmos e outro bem enraízado na terra, Dayes estreia-se em álbum com nome próprio, após remisturas e colaborações, notoriamente com Tom Misch, na Blue Note, mas já puxava popularidade em 2019 quando foi convidado para musicar um show da Louis Vuitton em Paris. "Black Classical Music" infiltra, assim, o jazz na consciência popular, tingido de pop e em cores acessíveis para que a mensagem passe sem impedimentos. Resulta em algo próximo da ideia musical que gerou o termo acid jazz, no início da década de 1990, mas sem o pensamento na pista de dança (esta será uma consequência, não um objectivo) e com uma carga espiritual bem mais marcada.