Wu Hen
Kamaal Williams
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Segundo disco sem o baterista Yussef Dayes, onde Kamaal Williams continua a desenvolver, com outros músicos, as suas composições jazzísticas, de múltiplas influências e inspirações. Na primeira "Street Dreams" há uma inconsciente e inescapável associação à harpa de Alice Coltrane, numa suavidade corroborada pelos arranjos das cordas de Miguel Atwood-Ferguson, transversais à maioria do disco. Em "One More Time" há logo um vislumbre da contemporaneidade que se induz pela cor dos sintetizadores, aliados a uma melodia que remonta inevitavelmente à soul e às urbes britânicas. Jazz sempre funky, com bateria quase sempre quebrada, baixo simbiótico com um espaçamento de notas necessário à conversa dos instrumentos sem interpolações bruscas. O Rhodes líquido acentua uma certa "deepness" que o disco passa, confirmada pelas passagens mais ambientais, sem batida, ou mesmo numa aproximação a uma ideia de trip-hop que parecia adormecida na música popular inglesa. "Wu Hen" evidencia um conhecimento da música eminentemente britânica, transpondo alguns desses códigos e cânones para a fisiologia do jazz.