FLUR 2001 > 2024



Rampton

Come

Susan Lawly

Regular price €22,00

Tax included.

OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5


Havia um imaginário sónico de William Bennett pré-Whitehouse? Sim, com a Come Organisation e os primeiros passos da editora em 1979. Foi principiada para lançar a primeira tortura sónica sob o nome Come e com o auxílio de Daniel Miller (Mute) e J.G. Thirlwell (Foetus) num 7" com uma edição de mil cópias. Bennett teve que tratar da produção dos seus discos, já que ninguém os editava, ganhando assim uma liberdade para criar e espalhar as ondas sonoras ruidosas que encontram a sua manifestação maior em "Rampton". Aglomeração de talentos da era pós-Throbbing Gristle, sendo que cada um destes músicos viria a singrar com uma influência inestimável no futuro. Perspectivas novas (à época) sobre o que podia ser música: a primeira "The Prats" soa a uma fita de cassete a tocar em modo inverso, sendo que a voz de Bennett nos aliena pela dureza sónica e pela atonalidade. A sua guitarra revela-se no disco com um som metalizado, muito por culpa, talvez, de "Metal Machine Music". Curiosamente, a guitarra de Bennett assemelha-se muito ao que a sua voz viria a ser em Whitehouse. Em "Come Sunday" ouve-se destacadamente a influência de Miller, com a linha de baixo sintética a servir de cama para todo o ruído dos outros dois músicos. Bennett, mais tarde, abandonaria a guitarra na criação do seu trabalho; aqui, ela serve de instrumento ruidoso, perfeito para colocar o ouvinte num lugar de submissão. Mistura de influências, desde a tape music popularizada na Alemanha, ao No Wave nova iorquino, ao Industrial inglês - Bennett, Miller e Thirlwell propõem uma nova forma de fazer música com os instrumentos típicos do rock, sem cair nas mesmas redundâncias que os seus pares. Queriam a fonte? É aqui que tudo começa.