
Into Darkness
Winter
LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
Dentro de um género híbrido que afasta pessoas de um lado ao outro do espectro - para muitos fãs de Death, Doom é muito lento; para muitos fãs de Doom, Death é demasiado rápido e caótico - Winter destacam-se para os que não ligam a estilos e só querem saber do resultado final. A ilustração sonora de actos macabros, demorados - pensem na violência estoica das obras de Cormac McCarthy - "Into Darkness" distancia-se do pioneirismo de Black Sabbath, Saint Vitus ou Pentagram e vai beber mais às fundações lançadas por Hellhammer e Celtic Frost - guitarras crusty, recorrendo a power chords e a um som mais místico e simples, ancorado à música punk. Eficiente antes de ser complexo, contrariando a lógica do Death Metal mas concomitantemente reciclando os seus códigos apocalípticos e nefastos, a música de Winter é desesperante. O vagar das faixas assemelha-se a uma carcaça arrastada por uma montanha gelada; o timbre e efeitos na guitarra, sujos como um mural desgastado pelo tempo e pelo homem. Ritmos minimalistas na bateria acentuam a sensação de desespero e de abandono que o disco provoca, à imagem e semelhança da sua capa, qual luta solitária contra uma tempestade de neve. O peso sonoro e simbólico do disco influenciou até algunas correntes mais extremas do Doom Metal, como a banda Skepticism (finlandeses, também reeditados pela Svart). Mais um capítulo de passagem obrigatória para todos os que se interessam pela história do Metal.