Nyx
Nyx
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Grupo coral, que nos últimos anos tem feito rondas interessantes em festivais - London Design Festival, Rewire - e em salas grandes - Roundhouse, Queen Elizabeth Hall -, um disco fixe com Gazelle Twin e bandas-sonoras para videojogos (Diablo IV), têm aqui o seu primeiro álbum em nome próprio. Sediados em Londres, dirigidos por Sian O'Gorman, Nyx explora a ideia de profundidade da voz e da sua importância na electrónica. Por vezes damos a pensar o que há aqui de diferente entre isto e muita da electrónica contemporânea da actualidade que, eventualmente, faz o mesmo percurso: instala-se nas bandas-sonoras, seja de filmes, televisão ou videojogos. Ou seja, não há que ter medo ou vergonha de o dizer, tornou-se num estilo, numa ideia conceptual, até porque é aí que está hoje o dinheiro para este género de música sobreviver (não é nos discos, não é nos poucos concertos). Por isso, é música com um plano mas isso não invalida que seja honesta. A de Nyx parece sê-lo, pela forma como faz passado e futuro confluírem. Desestabiliza até, um pouco, esse não lugar, de não se saber ao certo se isto está tão preso a ideias clássicas ou é uma celebração de um futuro que estas vozes veem a acontecer. É delicado nos melhores momentos, e essa delicadeza dá-lhe um carácter introspetivo, em que uma mescla de técnicas acontecem ao mesmo tempo sem se atropelarem. É foleiro quando tenta ser épico e isso, infelizmente, é uma tendência desta música e não há nada a fazer (e se calhar o defeito é nosso, mas também estamos à-vontade para dizer que achamos foleiro). Mas esses momentos são poucos, até se esquecem, porque é mais visceral quando não tenta ser visceral. É mais cru quando tenta estar melhor ligado à terra. É mais tudo quando não tenta soar a montanhas a moverem-se. E isso é a maior parte do tempo. Uma feliz surpresa, uma experiência curiosa, melhor do que à primeira vista sugere, não tão revolucionária como a imprensa britânica gosta de dar a entender. É apenas boa música ao serviço do bem.