FLUR 2001 > 2024



Operation: Doomsday

MF DOOM

Rhymesayers Entertainment

Regular price €17,50

Tax included.

OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5


"Operation: Doomsday" é o disco onde tudo começou. Depois de "Black Bastards", o maior na discografia de KMD, grupo de hip-hop/graffiti onde MF DOOM rappou antes da transição para o seu projecto a solo, esta foi a primeira encarnação com novo nome, persona e conceito de Daniel Dumile. "Operation: Doomsday" recorta samples de animações de banda desenhada (onde as vozes e outras referências ao Quarteto Fantástico / Dr. Doom são ubíquas), as batidas feitas na sua MPC, frescas, groovy, com pedaços de música inaudita, qual homenagem à música negra anglófona. Na "Doomsday", o sample ternurento da "Kiss of Life" de Sade forma uma sampledelia inacreditável com o scratching agressivo de DOOM a sobrepor-se ao beat, com as suas rimas e o seu flow a fecharem esse círculo de groove, doçura e firmeza. Pelo álbum fora, esta fórmula é reaproveitada em novas silhuetas. "Rhymes Like Dimes" acentua o lado comédico de DOOM, por cima dos seus scratches e de um sample de Quincy Jones; "Go With the Flow" reaproveita uma parte de "Ain’t No Price on Happiness" dos Spinners, com DOOM a vociferar as lógicas do seu rap, as regras que ele próprio segue. Há ainda temas mais abstractos, desafiantes (estilo que, mais tarde, foi aprimorado no disco colaborativo com Madlib - Madvillainy) como a "Tick Tick...", que desafia as leis dos BPMs dentro de uma faixa de hip-hop, acelerando e desacelarando o tempo do seu beat por trás das rimas de MF Grimm, rapper amigo e colaborador. Ancorado em jogos de palavras, brincadeiras de fonética pura, puzzles de rimas, DOOM apresenta um dos melhores discos da história do rap, num imaginário absolutamente singular que faz converger os universos do graffiti, da arte das rimas, marijuana e banda desenhada. Um dos mais entusiasmantes (e entusiasmados) MCs de todo o sempre. Todos os trabalhos de DOOM são um bom contraditório aos que argumentam que hip-hop é música "menor"; não há nada a dizer contra uma musicalidade em excelente forma, nem contra rimas inteligentes que nunca recorrem aos clichés habituais. Absolutamente essencial.