
Blessed Planet
Nboj Tespo
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Fácil sermos atirados para o comboio Valentina Magaletti quando ouvimos falar de um disco de um percussionista em 2025. Sobretudo quando ele é um ex-membro dos Goat (e a própria editou um disco em conjunto com outro membro da banda recentemente, "Kansai Bruises"). Isto porque os diversos tentáculos - salvo seja - de Magaletti têm-lhe permitido explorar de tudo e mais um pouco. Por isso, ao entrar neste "Blessed Planet", álbum de estreia do projecto a solo de Takafumi Okada, Nboj Tespo, existe a habilidade em perceber que este género de música está mais entre nós do que há uns anos. A categoria não é, de todo, nova, são mais as fronteiras que se desvanecem. "Blessed Planet" poderia ser um álbum na L.I.E.S., como também poderia ser um disco de remixes de "Multila" de Vladislav Delay. A música ora é desarranjada ou intensamente organizada e parte do fascínio de "Blessed Earth" é esse. Não se fica pela ideia de groove ou de funções polirrítmicas, estabelece uma não-ordem de ideias e avança para elas com um sentimento no wave. A música é livre, tem aquele quentinho de estar dentro do ventre da mãe de Delay - mas mais frenética, lá está, desarranjada - e sôfrega em existir. Um disco para sair da zona, de qualquer zona.