Totality
Natural Information Society & Bitchin Bajas
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A repetição como forma de mudança? Bitchin Bajas, recentemente, colaboraram com Stereolab no último "Instant Holograms On Metal Film", adicionando síntese colorida, em espiral repetitiva, quais pinceladas grossas sobre os motivos naif da banda franco-britânica, corroborando a eficiência do grupo nas contribuições harmónicas sintéticas, bem como uma vontade de sair da zona de conforto, experimentar ir mais além. Este "Totality" é já a segunda colaboração entre Bajas e o grupo de Joshua Abrams. Pormenores do início de "Totality" parecem retirar inspiração da música dos Hallucinator pela Chain Reaction - é um tema ambiental sustentado por drones bonitos, com fins transcendentais e um crescendo subtil, vagaroso, que vai metamorfoseando até ao seu imago - há percussão metalizada pelo meio, com a Flauta de Rob Frye a fazer-nos levitar por uma cascata acima, o contrabaixo de Abrams como pontuação da elevação, a síntese de Daniel Quinlivan a combinar e misturar os multiversos entre o nosso mundo e o espaço-tempo da música electrónica progressiva alemã. Pela segunda "Nothing Does Not Show", uma versão paralela, mais sóbria de "Venus In Furs", de cadência drogada, guitarra psicadélica bêbada e ar morno, lisérgico - culpa, novamente, da flauta de Frye - a amenizar o cenário. A editora fala na primeira metade do disco como o lado "Time" e, o segundo, "Espace", mas não seria um disco deste supergrupo se não houvesse uma distorção e dilatação destas noções: "Always Nine Seconds Away" dispara raios de luz sobre o céu da noite, iluminando-o; o ritmo vagaroso engana na interpretação da velocidade da faixa, com os instrumentos planam sobre o espaço revelado por esses raios de luz, carregando-nos num leito de sensações. Disco concomitantemente simples e complexo, com pormenores a espreitarem em cada canto, à espera de serem descobertos. Bonito bálsamo para stress que não sabe descolar.
