FLUR 2001 > 2025



Wildflower

Joanne Robertson

Escho

Regular price €28,00

Tax included.

LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5


Há algo de tempestuoso em Joanne Robertson. Anda por aí há muito tempo - esteve, por exemplo, nos Bo Khat Eternal Troof Family, projecto de Inga Copeland e Dean Blunt que antecedeu Hype Williams -, editou a solo em 2008, mas só começou a ganhar atenção com este "Wildflower", de 2016, e, no ano seguinte, com a sua colaboração com Dean Blunt ("Wahalla"). O seu trabalho é rapidamente reconhecível, uma combinação de folk, pós-rock e uma entoação de indie que ficou eternamente nas demos: como constatação de que há música que não consegue evoluir para lá disso. O que acontece nas canções de Joanne Robertson é super contido, ao ponto de que anos depois, de várias canções, muitas delas nos óptimos "Blue Car" e "Painting Stupid Girls", ainda esperarmos que a música se exteriorize e se concretiza. Mas se calhar é só isto. Reencontrar "Wildflower" agora, em 2025, é quase profético, uma constatação de que ela estava à frente do seu tempo e a criar coordenadas para a pop inspirada que se houve hoje: muita dela a ouvir do norte da Europa, Astrid Sonne, ML Buch, e o indie - também ele por acontecer - dos bar italia. "Wildflower" impressiona ainda por ser verdadeiro, por existir num vazio que raramente aparece na música contemporânea: que, hoje, se enfia na devassa do marketing de ser sentimental, mas não é verdadeiramente sentimental. Outra música saiu muitas vezes do quarto, a de Robertson ainda anda por lá enfiada e não quer sair. À roda de si mesmo, inspirada pelas noias sem solução e um vazio que transcende o próprio mercado. Por isso mesmo, é que é só isto. E ainda bem.