Junkyard
Birthday Party, The
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Em "Junkyard", Birthday Party prosseguem um trilho muito seu no rock menos comprometido, apesar de neste álbum soarem por vezes como um compósito de Cramps e o Iggy Pop que, em parte, ao vivo Nick Cave já era (tronco nú, espasmos...). Nada de errado, quando o som nem sequer se esforça por ser distinto, porque... é. Na margem dos blues, muito na margem, e mergulhados em terrores sulistas (EUA) simbolizados pela capa grotesca desenhada por Ed Roth e Dave Christensen, uma das muitas variações da Kustom Kulture de drag racing e outros excessos tipicamente norte-americanos. O baixo rolante (Tracy Pew, mas já com Barry Adamson numa faixa), guitarra hiper-electrificada, por vezes nem muito alta na mistura mas com presença contínua, carismática, definidora, maioritariamente nas mãos de Rowland S. Howard mas com Mick Harvey a pegar aqui e ali, como fez com bateria e saxofone. Bateria (quase sempre Phil Calvert) sempre a pontuar o tom selvático geral. Anita Lane co-escreve duas canções. Este é, na essência, o material humano que despeja o fogo que escutamos, por entre passadas tortuosas, cambaleantes de dor e visões apocalípticas, histórias de uma humanidade sangrenta e mórbida, não se percebe se à procura de exorcismo (salvar a alma) ou conformada (e, portanto, à vontade) com o desfile de horrores. A música, mais do que transmitir o conteúdo das letras, assume parte considerável da construção narrativa, esmagando, empurrando, despreocupada dos danos. Reedição 4AD de 2012, ainda baseada na remasterização feita no ano 2000 por Henry Rollins. Inclui o single "Release The Bats" em anexo, tal como um CD com álbum e single.
