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Pure, Impure

Seefeel

Too Pure Records

Regular price €11,50

Tax included.

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O ano de 1993 foi muito produtivo para os londrinos Seefeel. Três EPs e um LP (Quique, já destacado por nós, uma obra-prima) na Too Pure, que lançou nomes desde PJ Harvey a Stereolab. "Pure, Impure" foi, por assim dizer, o último testar-das-águas antes do lançamento de "Quique", que ajudou a revolucionar o que se podia fazer nos moldes do contínuo dub, techno, pós-rock e toda a escola inovativa no rescaldo dos anos 80 e início dos 90s. Criatividade desenfreada - mesmo - "Pure, Impure", arranca com "Plainsong", ode à música Steppers, com linha de baixo irresistível a ancorar o four-on-the-floor, rasgos de guitarra à My Bloody Valentine no entupimento das panorâmicas estéreo, com o entrar de uma camada sintetizada, melosa e melodiosa, não muito diferente das travessias oníricas de grupos como Orbital ou The Orb, de carga litúrgica, como é sugerido no título. "Time to Find Me (Come Inside)", com sequência semi-minimalista nos pratos de uma caixa de ritmos (606? o som é familiar), deixa harmonizar feedbacks ligeiros de guitarra como ganchos melódicos, enquanto a vulnerabilidade da voz de Sarah Peacock nos faz levitar até nuvens de algodão-doce, com todas as cores alucinogénicas do crepúsculo em pleno esplendor. "Blue Easy Sleep" pisca mais uma vez o olho a temas oníricos, desacelera o ritmo com drones psicadélicos que se nos cruzam a percepção. "Pure, Impure" conta ainda com dois remixes de AFX, ambos do tema "Time to Find Me", fechando o círculo criativo entre mentes convergentes, com dois antagónicos "Fast" / "Slow" mixes. Mais uma das muitas provas de força dos 90s como uma das derradeiras décadas de experimentação e arrojo. Seefeel estavam na linha da frente de inovações sónicas, onde a Jamaica (e respectiva diáspora do Reino Unido) se consagra, mais uma vez, como fonte inesgotável de inspiração.