It´s Full Of Stars / Paisagens
Vítor Rua
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Rua no Espaço. No campo? São dois trabalhos complementares, interligam-se perfeitamente e dançam em conjunto como um só. "It's Full Of Stars" (2020) e "Paisagens" (2021) podem sugerir o mundo ambiental que se manifestou aos nossos ouvidos com maior intensidade durante os confinamentos, mas nem recuperam especificamente esses tempos nem procuram comentá-los. O que foi, foi. Até pelo facto de uma ou outra "Paisagem" ser auto-generativa, a música institui o seu próprio ritmo, o seu próprio fio temporal, em linha apenas com a cabeça do compositor e os seus processos. "Paisagens" evolui com textura mais cerrada, dir-se-ia mais orgânica, apesar de ser em "It's Full Of Stars" que se escutam sons do "mundo real". A diferença possível é semelhante a um passeio efectivo, uma contemplação directa, no primeiro caso, e um passeio mais asséptico e consequentemente mais artificial, embora isso não signifique que o som é expansivo e mais intrusivo, apenas que a sua definição é mais idealizada. Vagas expressões escritas para o que é na verdade um sentimento de atmosfera, como tal - vamos assumir o lugar-comum - indescritível por palavras. Vítor Rua entrega assim nove peças subtis em dois anos diferentes, dois CDs que a editora respeitou em separado mas apresenta em conjunto num só momento estético.
Arte original de Pedro Weeks, acrescentada por Márcio Matos, que também fez o design e layout do objecto.
