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Beau Wanzer 6

Beau Wanzer

Beau Wanzer

Regular price €17,00

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Quando se fala da ideia da música Industrial ligada à de dança e a primeira (e, usualmente, única) referência é a música de Berlim, algo falhou. Se Ron Hardy e os restantes pioneiros de Chicago percebiam que Liaisons Dangereuses ficavam bem entre duas faixas de Marshall Jefferson é porque a história de ambas as partes lhes deu sentido. Proto-Techno? Mais do que isso, foi uma ponte e uma peça essencial para que tudo se desse como se deu. Beau Wanzer conhece bem esta história - afinal, ser de Chicago é ter em cima o peso da história de uma das cidades mais inusitadas, a nível cultural e social. Com uma série de discos que corroboram não só a sua consciência acerca destas matérias, como um modus operandi que se alinha com estas práticas. Este novo sem-título de 2025 é um regresso às suas edições de autor, caminho livre, usualmente mais formatado para club mas com a intenção de experimentar e distorcer o campo estéreo. Na primeira "Deader Than a Doornail", uma linha de baixo mais próxima ao electro sobre um tempo acelerado faz com que este 4/4 se sinta hostil, ofensivo, com as vozes autorais de Wanzer a assustarem qualquer recém-chegado. "Rhythm Track 46b" já liga o jack, com sequência em 707 groovada sobre samples de vozes cortados e desconcertados e um drone monocórdico como pulsar de energia demónica. "Trial of the Decade" continua em Chicago, com bassline semi-liquefeita, qual experiência errada no laboratório, com vozes espectrais e funk maquínico, lembrando os esforços de Wanzer em Mutant Beat Dance. A força de "Excellent Exaggerator" traz à memória as produções de DJ Rush, com percussão que pisa, impiedosa e equalizada até à distorção e com poucos mais elementos além de uma linha sintetizada, aguda, pontilhista, disfarçada no meio dos ritmos. "Better Judgement" já subverte tudo a uma bolha de ruído controlada, qual explosão simultânea de todas as intenções sónicas aqui estipuladas. Chicago continua a ser um poço sem fundo de criatividade, provado vezes sem conta e sem ter tido o retorno que tanto merece. Wanzer manda abaixo toda e qualquer intenção comercial com cada disco de lança. Acto de respeito e reverência à arte.