For All The Round Suns
Loosers
Na prática, o primeiro longa-duração dos Loosers é este. O press-release do disco contextualiza o seu aparecimento nesta altura como a reacção natural que se verifica no meio artístico sempre que os tempos são adversos, mas a realidade do grupo parece bastar-se a si própria, quanto muito respondendo a um apelo internacional, solto, vindo não se sabe bem de onde mas que certamente não tem raiz em Portugal e muito menos em Lisboa. A especificidade da cidade não se reflecte na música dos Loosers, referenciadores apaixonados de tudo aquilo que lhes interessa e cada vez mais autónomos na segurança de que o caminho é aquele que delinearem enquanto progridem. 2005 tem sido o ano mais produtivo em termos editoriais, depois de uma espécie de interregno de três CD-R com gravações de ensaios da banda (todos esgotados, segundo informação em www.loosersarefree.com). «For-All-The-Round-Suns» retoma um formato mais próximo de canção ou, se quiserem, de temas formados com princípio, meio e fim, sendo que este é frequentemente deixado acontecer, respeitando a vocação livre que os Loosers têm apresentado ao vivo. O PR diz mais: "São oito canções formadas num monólogo expansivo, ambicioso, regulado numa abrasiva polirrítmia, ora ofegada num extenso ruído ora alicerçada em sublimes compassos de baixo/bateria que suturam a massa sonora criada pela guitarra de Tiago Miranda. Quando presente, a voz é um fio condutor da cadência, nunca num registo de “canção” mas próximo de um registo instrumental, sem nunca assumir autonomia e funcionando como um condimento enérgico, adensando maior volume à massa que a engloba. Marcantes no rock actual português, os Loosers expõem em «For-all-the-round-suns LP» uma obra tão viva como os seus concertos, que só peca, claro está, pela intensidade da experiência. Ruído-vivo, fugaz pela intensidade, expectativa e repetição rasteira, envolto em ritmo que só pede para dançar."