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Vaudeville Villain

Viktor Vaughn

Rhymesayers Entertainment

Regular price €15,00

Tax included.

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2003 foi dos anos mais prolíficos na carreira de MF DOOM. Entre Operation: Doomsday e MM FOOD surgiam dois alter egos distintos que marcam a sua heterogeneidade admirável. Vaudeville Villain mostra o lado mais soturno e sério de DOOM, onde a psicadélia continua em peso, mas com menos foco em banda desenhada. Os beats numa nova dimensão inaudita do artista (o tema é de um emcee numa viagem no tempo, preso em Nova Iorque dos 90s, oriundo de um planeta onde o rap havia sido banido). A batida do tema-título assemelha-se à abertura de uma série de espionagem; cruzamento film noir com sci-fi (e cuja capa brilhantemente ilustra), longe dos samples de jazz, ou de soul (que, apenas se encontram mais destacadamente em "Lickupon", com beat quase minimalista, mas de origem funk, "Can I Watch?", a mais doce do disco, e "Saliva"). "A Dead Mouse" é das faixas mais esotéricas em toda a discografia de DOOM: linha de baixo misteriosa, harpa celestial, os truques da MPC, principalmente na percussão, que reviram totalmente a dinâmica do tema. Potência pura. "Rae Dawn" conta com um beat que podia ter sido produzido por Autechre ou outras cabeças da Warp, pela sua produção que lembra também os tempos do glitch, que abre uma espécie de fenda sónica e termina com uma ambiência de white noise processada do que parece ser som de campo de uma estação de metro. Os dois "Open Mic Night" são uma homenagem às rap battles e à aura emanada pelos Wu-Tang Clan, a do confronto vocal entre vários rappers, num conluio lírico. Sem dúvida o disco mais fora do baralho na discografia de DOOM, foi dos que mais ajudou a cimentar o seu génio (até antes da colaboração com Madlib). Para quem nunca o ouviu, imperdível. Para quem o acompanha, obrigatório.