
The Way Of Time
Biosphere
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O sample ouve-se logo no primeiro tema, “The Time Of Man”: “The time of man, the time of man, the time of man”. Biosphere sampla a voz de Joan Lorring, de uma gravação de 1951, da dramatização do romance - “The Time Of Man” - de Elizabeth Madox Roberts. A voz de Lorring ouvir-se-á mais vezes, e marca o lado humano de um disco colado a ideias frias, entre ambientes angulares - mas belíssimos - e sintetizadores que intensificam, dramatizam mas não dão o épico. Pouco de novo em território Biosphere, embora fascine como o som parece procurar algo, como se move na sua repetição e cria uma sensação de eterno retorno. Ao longo dos temas essa sensação apenas se adensa, criando a tal ideia de procura, tão eficazmente humana. A meio do álbum, a coisa abre, Biosphere sai do seu próprio circuito - como se quisesse mover a própria ideia do disco para a frente - para depois voltar à ideia inicial no último tema, “The Way Of Time (On And On)”, como símbolo de momento repetido, uma espécie de prisão em que a própria música se encontra, entre a razão, a emoção e a necessidade de consolo por uma resposta. Disco bonito mas estranhamente desconsolado, como se algo aqui tivesse perdido a esperança.