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Mercury´s Rainbow

Zomby

Modern Love

Regular price €24,95

Tax included.

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Numa altura em que se começa a descobrir a influência de uma certa cultura (a dos videojogos e da anime) na mente de alguns produtores europeus, seja pela recente edição da compilação "Diggin In The Carts" da Hyperdub ou pela reedição de "Ghost In The Shell" pela We Release Whatever The Fuck We Want há alguns meses, esta compilação de trabalhos efectuados por Zomby entre 2008-2009 tem um oportunismo incrível. Incrível porque se consegue vislumbrar o trabalho de Zomby reduzido a um esqueleto, transformando uma paleta de sons reconhecíveis do universo dos videojogos em música de dança frenética e urgente. Se há dez anos este trabalho era visionário e, talvez, menos compreensível, agora serve a sua função de oferecer uma leitura mais clara do restante trabalho de Zomby (fica mais claro de onde vêm certos sons, ritmos, construções) e de mostrar de como a influência japonesa tem estado presente na mente de diversos produtores de dubstep, grime e da electrónica em geral (fora do campo da dança/pop) da última década. Há todo um processo diferente em "Mercury’s Rainbow", um encadeamento de ideias livres e que ainda hoje, quase dez anos depois, parece música do futuro. Zomby criou visões sónicas de como certa música da sua infância poder-se-ia instalar no futuro, trabalhando a mecânica de certos sons (simples, directos, que provocam uma reacção imediata) com uma alta definição e melodias que estavam ausentes nos sons originais: ou, melhor, na paleta de sons, melodias, encadeamentos, que o influenciaram. A urgência do melhor Zomby está compactada em pequenos momentos, em relações que cria com sons de videojogos e que procuram o instinto do ouvinte. No fundo, este torna-se num peão no universe de Zomby, uma bola a ser empurrada por flippers e com direcção incerta. Provavelmente na altura em que Zomby produziu estes temas o mundo não estivesse pronto para absorver o vanguardismo destas produções. Agora ainda é música de vanguarda, mas há todo um contexto em volta e um conhecimento do corpo completo das produções de Zomby: e, por isso, a descoberta destes temas são oportunos e oferecem direcções para o rumo que a electrónica está a tomar. Estes sons instalaram-se na cabeça dos produtores que hoje têm 20/30 anos e obviamente estão instalados na sua música, cada vez mais presentes e notórios à medida que o mundo absorve a importância desta influência. Obrigatório viver isto agora para encarar o futuro mais próximo da electrónica/dança.