FLUR 2001 > 2025



Rossz Csillag Allat Szuletett

Venetian Snares

Planet Mu

Regular price €12,50

Tax included.

OUVIR / LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5

Um dos discos que melhor exemplificam do que se trata, afinal, de breakcore. Na verdade, vai mais além: "Rossz Csillag Alatt Született" é dos poucos que conhecemos que reúne sampling de forma tão inteligente, não fosse Venetian Snares um veterano de música em órbita da tão falada IDM. Na esfera da música clássica húngara, Aaron Funk, ou Venetian Snares, combina recolhas de composições clássicas ou contemporâneas oriundas da Hungria (sem sabermos exactamente o porquê dessa fixação com o país europeu). Por entre outras demonstrações de força breakcore com precisão cirúrgica no manuseamento de trackers (softwares muito diferente das lógicas habituais dos DAWs como Ableton Live, os trackers eram a forma OG de criar e compor música jungle nos anos 90),  processando as recolhas de sons de forma habilidosa, transformando-as em incisões perfurantes de um breakcore retorcido, alterando por completo os breaks em formas amorfas, rompendo o campo estéreo com síntese esporádica e, noutras instâncias, deixando os samples a respirarem antes de estalar por inteiro as intenções originais das músicas recolhidas. Em "Öngyilkos Vasárnap", dos momentos mais emocionais do disco, há a voz de Billy Holliday a ressoar de forma emotiva na sua interpretação da "Hungarian Suicide Song", antes de Funk nos queimar neurónios com o tema "Hajnal", onde a música clássica inspira e expira por entre toques também jazzísticos, na vertigem de uma catpulta estratosférica com pujança tectónica sob a forma de ritmos quebrados e um clímax de delinquência hardcore. Amen breaks como nunca os ouvimos, música verdadeiramente clássica, da nossa contemporaneidade, Aaron Funk faz mesmo jus ao seu nome e, volvidos 20 anos, "Rossz Csillag Alatt Született" continua a ser um dos melhores discos saídos do catálogo da Planet Mu. Paradoxal como poucos, um enigma num manifesto em como fazer música inteiramente estranha, alien, original. Alegadamente, este é um disco conceptual sobre o que sentiria um pombo a sobrevoar o Palácio Real de Budapeste. É assim que nos sentimos, como um pombo sem norte num país estranho. Música verdadeiramente inaudita. Palavras para quê? Ouvir para crer.