FLUR 2001 > 2025



rest symbol

rest symbol

FO

Preço normal €32,50

Taxas incluídas.

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Há uma chance, ainda que remota, que um dia se olhe para uma certa música britânica, desorientada com a classificação atual, e se classifique como uma espécie de novo-library. Da mesma forma como, por exemplo, hoje olhamos para os Broadcast. Na altura já lhes era reconhecido algum valor nesse sentido, mas o culto veio depois, quando se arranjaram palavras, a moda depois da moda, a ideia de hauntology. E o que se mete aí? De tudo um pouco, desde atmosferas ambient que parecem ressacar das ideias operáticas em volta "das memórias da dance music" (seja Lee Gamble, Mark Leckey, até Burial), ao puro desgaste da memória (Caretaker), à pop que não se encontra, porque para chegar às massas, as massas tinham de ser menos esquisitas a gostar do esquisito (Dean Blunt, Mica Levi, Coby Sey e, em breve, Mark William Lewis com o álbum que lhe dará maior visibilidade) e a coisas que reenquadram o trip-hop, como este álbum homónimo de rest symbol. A música é um pouco de todas as outras referências que atrás falámos e, de uma forma desorientada, soa à evolução natural dos Broadcast: não no sentido pop, mas no sentido da música que foi criada nas últimas duas décadas e onde a música deles se encontraria se encontrasse essa música nesta década. Editado na sublabel da Peak Oil, a FO, "rest symbol" desvenda psicadelismo nas coisas menos óbvias, é fantasmagórico como os Portishead outrora foram (é ouvir "Skin") e são música à sombra da dispersão que hoje vivemos: é ritualística com as suas próprias regras, é um gesto maior de uma nova soul que pode estar a ser construída. É o passado a olhar-se de volta, música a ser intoxicante, vantajosa e a pensar porque é que não é com esta música que nos perdermos nas avenidas da música atual. Críptico, glorioso, uma declaração de amor à música que há de ficar.