
Travesías
Oksana Linde
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É fácil comparar a música de Oksana Linde a outras artistas da música electrónica sua contemporâneas - como Suzanne Ciani -, mas “Travesías” relembra-nos outro álbum - mais ou menos - seu contemporâneo, “From Gardens Where We Feel Secure”, de Virgina Astley. Depois de “Aquatic And Other Worlds”, também editado pela Buh (2022), que deu a oportunidade ao mundo de ouvir a música que a compositora venezuelana tinha composto e que era desconhecida até então, “Travesías” é o capítulo seguinte da descoberta desta maravilha sonora que mistura new age, Badalamenti e o nosso eterno fascínio com música electrónica que replica a nossa ideia de “banda-sonora aquática”. A música de “Travesías” foi criada com um propósito meditativo, mas o resultado extravasa essa ideia: em parte porque há uma ideia de futuro “Blade Runner” que parece recorrente, muito presente no terceiro tema, “Horizontes Lejanos”. Ou seja, o futuro, que se ouve quase como um filtro hypnagogic pop, nos anos 1980s era uma coisa inventada e hoje estes sons são tão reais que nos distraímos com eles. Álbum lindíssimo, que mete a um encanto as nossas considerações new age. Oiçam, deleitem-se. Impossível já tudo ter sido feito quando ainda estamos a descobrir estas coisas de há três décadas e tal. Se é assim, imaginem o que estamos a perder agora. Por agora, não percam isto. Essencial.