Fearless Movement
Kamasi Washington
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Em retrospectiva, sente-se a influência de Kamasi Washington na disseminação do jazz a um novo público, abrindo as portas do que seria uma revelação para muita gente de um género considerado anacrónico e que, hoje, se celebra universalmente e com repercussões editorais influentes e seminais (pensamos, sobretudo, na International Anthem - e, full circle! Carlos Niño assume o comando das percussões no primeiro tema). Volvidos alguns anos, e com trabalho celebrado e requisitado repetidamente, Kamasi faz agora o que considera o seu disco mais dançável, não no sentido tradicional, mas na comemoração dos espíritos livres, dos movimentos da alma através do corpo. Disco mais assente em matérias mundanas, afastado do intuito espiritual de discos passados. Festejo de vida, saúde, amor, positividade - ao ponto de incluir, na capa, a sua filha. Não há indirectas aqui, há uma frontalidade e honestidade palpáveis, num disco de música que se divide entre intensamente focada e deliciosamente jocosa. Arrojo colaborativo, com vozes como a de André 3000, George Clinton, D Smoke, entre outros. Uma celebração da vida, longe da ambiguidade de discos como "Heaven and Hell". Kamasi encontrou-se a si próprio, e com isso, encontrou também nos outros sinergia e sentido de comunidade - basta ver pela lista de músicos que colaboraram para fazer de "Fearless Movement" o statement político e musical que é. Amor e liberdade, sempre.