Revenge Of The Speaker People
Jung An Tagen
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Desde que surgiu na cena noise, Stefan Juster tem-se desafiado em constância, procurando ideias de sons estimulantes que juntem um certo academismo em volta do som e dinâmicas entre a música experimental e a de dança. Enquanto Jung An Tagen tem explorado q.b. as dimensões do techno e, sobretudo, como o som é um agente em constante metamorfose e de como algo pode sair do erro. O seu álbum anterior na Editions Mego, "Proxy States", de 2019, explorava dinâmicas tão radicais que era impossível de existir em vinil. Em "Revenge Of The Speaker People" vêmo-lo mais uma vez em movimento avant, desta vez radicalizando a ideiad e "club music" e colocando-a num teste de sobrevivência de experiências limites combinadas com a sugestão de erro. Por vezes, as explorações sonoras não são o que parecem; por vezes picam e radicalizam ideias pré-concebidas. A verdade, pura e dura, é que Stefan Juster é um artista fora do seu tempo: tivesse nascido dez, quinze anos, e o seu trabalho seria reconhecido com outro vigor. Mas faz parte de uma geração que se desligou deste tipo de som e, aquela que é mais velha do que ele, olha para isto e pensa que já foi feito. O erro é tremendo. Isto é novo e vigoroso. É música que parte à descoberta e que resulta porque está fora do tempo: por estar, pode ir à procura de outro tempo. Não há aqui uma ideia de futuro, mas uma ideia de descontrolo, de como o som é uma bela paisagem, seja ele duro, angular ou uma ideia intrigante de aventura. O primeiro CD é uma aventura dos diabos, a mais abismal e vertiginosa experiência sonora de Jung An Tagen. O segundo é composto por remixes de Marcus Schmickler, DJ Nervoso, EVOL, Nik Colk Void e Thomas Brinkmann, uma nova viagem em paralelo com a primeira. Ignorem a cronologia, isto seria bom em 1999, 2010 e é incrível em 2025. Até porque só pode ser feito agora. Abismal.