Im Cindy
Cindy
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Há duas décadas, quando surgiu a Italians Do It Better, dificilmente se adivinharia que a promoção daquele estilo seria para durar. Ainda mais como algo que se susteve no tempo - isto é, não surgiu, desapareceu, reapareceu - e teve elementos da cultura pop que o ajudaram a sedimentar-se como, por exemplo, o regresso de Twin Peaks de David Lynch, ao qual o som original já bebia muito a Julee Cruise. “I’m Cindy” é uma daqueles álbuns que entrou por uma fenda qualquer e tornou-se num fenómeno: ao ponto das primeiras prensagens do álbum se venderem a preços ridículos. Esta que agora recebemos não é nenhuma dessas, mas um repress recente que nos lembra de como gostamos de ser tocados nos sítios certos. E, aqui, nada desilude, uma concepção dream-pop que agarra nos elementos certos e faz com que isso funcione de forma certa, até quando arrisca nos limites: esticando ao máximo uma ideia de sensualidade proibida. Lo-fi meets new highs.