Kissom
Xexa
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Que som, claro. Xexa coloca os seus próprios degraus enquanto ascende. "Cima é a direcção", escuta-se em "Txê". E há "Kizomba 003", a terceira que produziu, com uma chegada na pop que já soa mais ou menos latente em outras canções que vocalizou anteriormente e também em "Kissom". Na kizomba apenas diminui a opacidade, mexe uns ângulos para o lado, fala em frente, voz desimpedida. Flutuações sintéticas providenciam leito para as batidas cheias de espaço e para a voz que parece perder a ligação a um corpo e ser apenas expressão de emoções. Na continuação, "Kissom" (a faixa-título) estende em modo dub as impressões de "Kizomba 003", prolongando o torpor, mesmo o prazer. O desenho sonoro fica mais aparente quando a voz se ausenta, como em "Pulse Bounce", uma câmara almofadada que apresenta desafio ao corpo mas, em compensação, amortece qualquer impacto. Como que cuida de nós. O álbum fortalece a personalidade da artista a cada movimento novo, mesmo que o texto associado a "Quem És Tu?" termine da seguinte forma: "Não me vejo em nada / Nada nada / Não". Um outro nível na continuidade da expressão musical a sair deste território.