FLUR 2001 > 2025



Rocky Top Ballads

Fine

Escho

Preço normal €27,00

Taxas incluídas.

LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5


ML Buch, Astrid Sonne, Erika de Casier e agora Fine (Glindvad) têm produzido música nos últimos anos que encontra um desejo de voltar às coisas elementares. Distante de ser música de nostalgia, é pop - seja na versão FM ou R&B - à procura de um pouco de sol para si mesma. Se tudo já foi feito, resta nada para fazer. Com tanta tecnologia e facilidade em gravar hoje, parece um desperdício não o fazer, mesmo que seja para voltar a uma ideia de lugares-comuns. Porque o encontro com o que já existe é consciente disso, ele faz parte da fórmula, do carácter sonhador da própria música. O que é característico nos nomes referidos - e isso é que importa - é que não parecem pessoas a cantar de outro tempo. É tão de hoje quanto hoje pode ser. Fine não é nenhuma estranha, com Astrid Sonne tem Chinah, é também elemento dos The Crying Nudes (que faz parte da esfera da World Music de Dean Blunt), mas este é o seu primeiro álbum. "Rocky Top Ballads" é todo sobre textura, um cenário Cocteau Twins com o tempo de Mazzy Star e uma voz suficientemente acelerada para pertencer ao agora e não aos 1980/90s. Fine exala música melancolicamente optimista. Coisa de carácter e não algo que se tente, sem espectros como decoração e com uma ideia clara de que a contemporaneidade se faz com este entusiasmo pela dream pop. Se nos 1990s a dream pop eram um sinal da erosão dos tempos, uma ponte entre um lugar e o outro (ainda não sabia para onde se ia, mas parou em "Kid A"), hoje esta dream pop, sobretudo a que vem do norte da Europa, abusa da convicção de que essa música pode ser sensual, sensual sem ser triste. A melancolia enquanto desaire da convivência com o presente, ao invés de convicção pura. A grande farsa existe em acreditarmos que esta música viveu noutro tempo. Nop, é de agora e cheia de um tédio que só pode existir hoje. Oiçam "Smile" e digam lá se isto não é intemporal, perfeito. FM 2024/2025.