Ecstatic Computation
Caterina Barbieri
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A sucessiva recriação da música ao longo das últimas décadas mete-nos em constante confronto com o passado, achando ou não a necessidade de criar as catalogações como presente/passado, relevante/irrelevante ou apenas para afogar as mágoas na ideia de que já foi tudo feito. Que tristeza. Depois há “Ecstatic Computation” e a irrefutável certeza que que vivemos para momentos assim, experienciar música relevante, que destrona a linguagem usando sons recorrentes, cria padrões muito reconhecíveis mas que nos entram nos ouvidos como autênticas pedras doces. Barbieri adora brincar aos fantasmas e a cada disco parece querer dizer que andou a brincar com a coisa errada. Anda sempre a descobrir uma coisa nova, qualquer coisa que a assombre e nos assombre. Pesadelo digital em analógico ou o melhor dos sonhos analógicos. Seja o que for, Barbieri é de agora. Música de assombro, de salvação.
