The Grey Album
Black Dog, The
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O "Grey Album" de Black Dog vem antecedido de uma certa nostalgia, com o grupo a falar das fagulhas que começaram tudo, em Sheffield, à porta dos estúdios de Cabaret Voltaire e outros nomes já firmados na cena electrónica. Também reflexão sobre métodos, descoberta de sons ainda de forma mais ingénua, e a tentativa de recuperar esse espírito que desbrava terreno. Limitar o uso de synths a um por elemento, reduzir ao máximo a intervenção de computadores, salvar "a criatividade bruta que brota deste tipo de confinamento". Mas o álbum não soa nem como Cabaret Voltaire nem como os próprios Black Dog soavam quando o seu nome contribuiu para a reputação da editora Warp. Há polimento, arredondamento nos graves, uma dinâmica cronológica quase de contrários, puxando um som cósmico mais 1970s e um tipo de minimalismo mais milenar (ano 2000 e em seu torno). Disco pausado, a passar maioritariamente ao largo da pista de dança, com "Thee Difference Ov Girls" a assinalar uma das raras excepções, também com linha de baixo a ir buscar algum corpo aqueles anos de 1989-91. Sheffield como farol, também como modo particular de convivência e aproximação às cenas, de acordo com as palavras de Black Dog sobre a concepção do "Grey Album", que não busca, em última análise, a reprodução de sistemas mas sim o gozo da criação actual.