A Made Up Sound 2009-2016
A Made Up Sound
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Se recentemente deram de caras com o fenómeno que foram os dois maxis de ex_libris, esgotados numa primeira remessa mas novamente distribuídos em resposta à elevada procura, talvez não conheçam ainda o projecto que o precedeu. A Made Up Sound é Dave Huismans, holandês que, também sob o nome numérico 2562, começou a visibilizar as suas interpretações da bass music inglesa, num ano tão precoce como o de 2006. A Made Up Sound, no entanto, foi-se desenvolvendo ao longo dos anos, com um aprimorar do seu sound design (não fosse o nome do seu projecto retirado a uns dos mais vanguardistas sonoplastas dos 90s, os Source Direct) e com uma ideia de club music que lhe pertence. Vários máxis foram saindo num período entre 2009 a 2016 que desafiavam muitas lógicas da música electrónica em voga. É esse o período aqui compilado, onde Huismans ajudou a empurrar a música de dança para diante. Na introdução, sob o título " Take the Plunge", uma sequência de sons atonais, ruidosos, digitais, cria desconforto e localiza-nos num bunker solitário, inóspito e desconfortável, enquanto se ouvem clicks, em panorâmica, quase como se de um contador Geiger se tratasse. "Half Hour Jam On A Borrowed Synth" é um dos punctums do disco, com sonoplastia pontilhista, sequenciação matematicamente perfeita, um tema club sem o ser, com pujança rítmica sem âncoras percussivas, uma antecipação do trabalho de Lorenzo Senni ou outros contemporâneos com as mesmas intenções musicais. O mesmo acontece em "Havoc", cujo ímpeto percussivo também mal recorre a elementos rítmicos. Há também as faixas assumidamente para clube, como a "Bygones", qual banda sonora de motim até se formar numa bolha psicadélica pelo seu fim, ou "Sun Touch", uma interpretação de um UK Garage noir, ou "Crisis", bolha acídica quatro-por-quatro com secção rítmica contagiante. "Syrinx" é o tema club mais arrojado do disco, com bassline rasgante, sawtooth, percussão bleepy alta na mistura, gorda, e psicadelia exacerbada no momento onde os arpejos descendem, e com eles decaímos. É mesmo nas faixas mais atípicas que Huismans brilha (como o fez com os recentes ex_libris) e temos a sorte de termos o melhor período do produtor, sob o seu nome principal, compilado neste CD. Gostam de vanguardas na dança? Este disco é para vocês.