Machagistia
V/A
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LSD, Light Sounds Dark ou a dietilamida do ácido lisérgico. São já muitas as compilações de uma editora camaleónica: desde os primeiros lançamentos próximos de um Disco mutante, passando pela cultura de cassete dos anos 80 e desaguando no exumar de pérolas obscuras da música ambiental, o que importa na LSD é que a música seja boa e difícil de rastrear. Sejam ou não edições não-oficiais, isso não importa: o importante é o acesso a música intricada. Em "Machagistia" há revelações de luz e de escuridão: depressa passamos de um tema ambiental hiper-psicadélico e hiper-real, de texturas ondulantes, como o A1, para a selvageria arrepiante do segundo tema de Roel Meelkop, qual rival do "Trenódio para as Vítimas de Hiroshima", para de novo sermos atirados para um universo sideral no terceiro tema. Não há editora que nos faça trocar as ideias de forma tão eficiente e célere como a LSD. No quarto tema, há uma voz text-to-speech que provoca uma sensação de uncanniness com o que nos está a ser dito, demasiado grotesco para revelarmos em texto - serão os Kraftwerk virados do avesso e embrulhados sobre eles mesmos? A meter o Dark em Light Sounds Dark, esta compilação apresenta música do passado, do presente e do futuro, distorcendo qualquer hipótese de linearidade temporal, derrubando as portas da percepção. Ouvir para crer.