FLUR 2001 > 2024



Flavor

Mike Selesia

Mad About Records

Preço normal €19,95

Taxas incluídas.

LISTEN:
Full Album


Mike Selesia, com apenas um disco editado - originalmente de poucas tiragens, talvez umas 300, vendidas somente nas lojas de discos e em alguns espectáculos da banda em Fresno, California - traz muito do sabor do jazz e do funk à portuguesa Mad About Records. O saxofone luxuoso de Selesia dá as primeiras notas ao disco - pouco a pouco, inicia-se uma dança com as congas, que criam o mote para o resto da faixa. A bateria de Al Santana ritma um quatro por quatro que tanto dá para dançar como para fechar os olhos e sonhar. "Brute Strength" faz lembrar as viagens groovy de Earth Wind & Fire, com uma percussão sempre quebrada e elementos que fogem ao combo normal da bateria, como um cowbell - quase sempre presente no riff principal do tema. Há também um solo de guitarra eléctrica pouco otordoxo dentro do estilo, por parte de Joe Kurpell. Esta fuga às convenções é uma constante dentro do disco: ainda uma gentil ode a Yusef Lateef ("Yusef's Way", onde Selesia toca, também, flauta, aproximando-se ao músico do Tennessee, pródigo em flauta e saxofone) e um tema com pandeireta, sítara, congas e o saxofone soprano de Selesia que, juntos, criam uma viagem musical de ida-e-volta à Índia ("Eastern Ragga"). Pelas palavras do próprio, constata-se que o improviso foi um ponto de partida para o álbum, o que é fascinante tendo em conta a delicadeza e naturalidade com que os temas referidos se desenvolvem - talvez pela secção de ritmos, que apoiam sempre os fascínios musicais dos outros instrumentos, agarrando-os bem ao centro, como se de um íman musical se tratasse. "Castle Spook" é o tema ímpar do disco, mais eminentemente psicadélico - e, consequentemente, livre, improvisado - que fecha o álbum num registo mais "out". No fim, depois dos gritos colectivos dos instrumentos, o retorno à calma e à paz, num pad sintético que alude a Herbie Hancock, como se nos dissesse que depois de tempos duros há sempre uma esperança, uma salvação. Uma reedição mais que bem-vinda que agradará certamente a todos os fãs deste tipo de jazz americano, muito acarinhado nos anos 60 e 70.