FLUR 2001 > 2025



Ghosted III

Oren Ambarchi, Johan Berthling, Andreas Werliin

Drag City

Preço normal €23,00

Taxas incluídas.

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Três álbuns desde 2022 e todos numerados a seguir a “Ghosted”, projecto que reúne o guitarrista Oren Ambarchi, o contrabaixista Johan Berthling e o baterista Andreas Werliin. Pelo que temos em mãos, dá vontade de atirar a conversa para outro lado e relacionar este “Ghosted” com os álbuns numerados de Neu. Porque há uma certa relação sonora, construída pela forma mecânica a que as peças deste trio soam de forma fluída ao longo dos três álbuns. Poder-se-ia achar que o segredo disso está na parte rítmica, mas vem mais da guitarra de Ambarchi, cuja assinatura é um caso de extrema relevância na música contemporânea. Tanto se instala na electrónica, como na ambiente, na experimental e, em certos casos, num certo rock que se desliga da ideia FM de rock. E, sim, no jazz. Mas será isto mesmo em jazz? Poderia ser rock progressivo? Também. Ficaríamos chocados se alguém dissesse funk? Nem por isso. Alguns estímulos fazem-nos acreditar que sim, é mesmo jazz, a forma como tudo parece surgir de forma espontânea também, mas há - tem havido – algo para lá disso. Os Neu não surgem por acaso, há aqui muito de krautrock, algo que não vem de imediato por causa dos instrumentos, mas a receita está toda lá: seja pela visão clássica do rock, seja pelo seu lado mais cósmico/kosmische. “Ghosted III” tem a mesma receita, pois claro, e não deveríamos ficar muito chateados com isso, porque não é mais do mesmo, mas a continuação de um percurso. E, a cada passo, têm ficado melhores músicos, comunicam melhor, as ligações entre as ideias são mais naturais e, mais importante, exponencialmente estimulantes. Se no primeiro “Ghosted” ficámos assombrados com a ideia de química, aqui é isso no campo do infinito. Já é música sem segredos, mas é, também, música que ouvimos melhor, que respeita melhor os nossos estímulos, sensações e inteligência. Música para acreditar que tudo melhora porque, caramba, se Oren, Johan e Andreas ficam melhores a cada disco – o primeiro é tão bom que sempre nos pareceu impossível -, qualquer outra coisa também pode seguir esse caminho. É, sem essas intenções, um disco de esperança.