Honeypaqq Vol. 1
HiTech
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Detroit nunca pára de surpreender. HiTech já o haviam feito com o disco homónimo de estreia, pela FXHE de Omar S. "Honeypaqq Vol.1" é o segundo editado pela via independente, surpreendendo-nos de novo na tradução de um som que se deve somente a Detroit. Trio de hype-mans (Milf Melly, King Milo e 47Chops) a mandar tudo para cima, como se ouve em "New Jazz Schmel", há, de facto sensações novas a descobrir nesta mescla de Ghettotech, com traços de Jit e velocidades bem céleres nas traduções dos fenómenos que se ramificaram da linhagem Techno da cidade. As batidas estão sempre envoltas numa neblina de fumo, com vozes reverberadas, vibrações psicadélicas com recurso a outros processamentos de efeitos e drum machines MIDI a groovarem os ritmos que servem de base aos flows que tanto oscilam entre agressividade controlada e total despreocupação por parte do trio de rappers. Há ainda laivos de footwork da cidade-irmã Chicago em faixas como "Norf Cold 304's" ou "Drop the Loc", com batidas rápidas, sincopadas, que acompanham o hedonismo sugerido pelas letras. Há uma amostra de drum and bass em "QUEENBOOTYATHENAAPHRODITE". "Take Yo Panties Off" faz lembrar a imaginação sónica de fenómenos como Jersey Club/Baltimore Club adaptados à lógica hi-fi, futurista de Detroit, de produção precisa, quais esculturas de som detalhadas - com direito a vozes femininas que tornam este disco num compêndio da música afro-americana (sem a R&B e a Soul de Motown não estaríamos, hoje, a falar de HiTech). Por muito que "Honeypaqq Vol.1" soe parecido a outros discos do trio, para ouvidos mais atentos o disco novo surpreenderá pela produção mais arriscada (a mistura de bitcrush com ritmo à base de tablas em "SPANK!" é totalmente irreverente) Qual micro-fenómeno global (conquistaram o público do OutFest há um par de anos, por exemplo), HiTech estão bem vivos e recomendam-se.