5 Years Of Hyperdub
V/A
O nome Hyperdub acaba por espelhar bem não só a característica ultra-dub do dubstep enquanto género mas também a intenção da editora de subir a parada e jogar com as múltiplas opções possíveis que o dub (técnica, sonoridade e, muito importante, filosofia) apresenta. Entre o passado e o futuro, a editora percorre território indefinido que para uns será old school e para outros absolutamente vanguardista. O som quebrado de Samiyam parece vindo lá da frente, mais ou menos em contraste com King Midas Sound, na abertura, a fazer lembrar Tricky em 1995. Hyperdub funciona aqui como porta-estandarte da ‘bass culture’ que nunca foi embora pelo menos desde que o jungle fragmentou a cena rave. Desde então (início dos 90s) a cultura segue uma linha que, em retrospectiva, parece precisa e definida, culminando actualmente em géneros muito específicos, embora de fusão, como o uk funky. house, breakbeat e dub não são estranhos entre si, mas o que a Hyperdub mostra são capítulos importantes escritos na actualidade, o imenso lote de pormenores e nuances que distinguem música que, à superfície, pode não ter mais nada para oferecer do que uma bandeira estilística. Manual de técnicas dub para 2009.