FATHOM
Carrier
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Disco alienígena, misturando uma ideia neurodivergente da música de Autechre com práticas ligadas ao drum and bass (influência que se sente, sobretudo, na última "Markers"), ao glitch e à produção de Torsten Pröfrock: o inglês Shifted, sob o nome Carrier, mistura todas as referências do seu universo musical neste projecto, focando-se numa ideia de Techno que mantém o minimalismo comum no género mas extrai o máximo de rolamento percussivo possível, montando quatro faixas que apostam em subgraves fortes, poliritmia exigente e uma ideia mais ligada ao dub, a de afundar os elementos musicais em efeitos, nomeadamente reverb e ecos. Aqui, sentem-se texturas mais aquáticas à volta da secção rítmica, onde a síntese mais abstracta serve quase como pretexto para o poder percussivo poder rebentar o campo estéreo. Efeitos semelhantes a lasers, a ruído industrial e sequências pontilhistas, também afundadas em flangers e phasers, encontram lugar por entre os poliritmos quebra-cabeças, deixando-nos sempre na dúvida se o que estamos a ouvir é música feita por humanos ou por andróides. Disco essencialmente futurista, particularmente original e inaudito: acreditem em nós quando vos dizemos que isto é música nova. Decorem o nome, porque não há ninguém a fazê-lo como Carrier.