Live One London Spring 2000
Coil
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Das fases mais "complicadas" de Coil (à excepção, talvez, do primeiro "Scatology", ainda ligado a uma ideia de banda com instrumentos convencionais a tentar ideias à margem), com a influência da síntese de Thighpaulsandra e de Ossian Brown (que também ajudou a desenhar os icónicos fatos que constam na capa deste disco, os uniformes da banda), Coil exploravam som como um meio para abrir as portas da percepção. No Royal Festival Hall, em Londres, deu-se um happening: "Everything Keeps Dissolving", sugere aproximação ao disco Time Machines, com drones que suprimem qualquer tipo de pensamentos intrusivos, propondo concentração intensa nos graves que sugerem lisergia e nos agudos que propõem uma aproximação ao divino. Transcendência pela via auditiva, "Queens of the Circulating Library" ouve-se como uma descendência ao inconsciente, estes dois temas como uma espécie de dualidade entre paraíso/inferno, yin/yang, expansão/contração ou o consciente/subconsciente, o eu contra o id, um pouco à semelhança de como funciona a nossa percepção aquando de um acto meditativo. Estímulos puros para mentes perturbadas e sãs, em partes iguais, Coil sabiam exactamente o que estavam a fazer com a manipulação da síntese a contorcer o campo estéreo: "Chasm" vai mais fundo na psicadélia, com oscilações agudas a planarem por entre contracções sintéticas alienígenas, pulsantes, drogadas (a entrada da voz, em vocoder, é arrepiante), na sugestão de encontros com um subconsciente agora visível, gráfico. Drenagem pura das impurezas que connosco levamos, eram assim os Coil ao vivo, num aparato visual que, infelizmente, não se traduz no CD, mas que é facilmente descoberto numa pesquisa online (a performance no Sónar, que consta na edição original deste disco, está disponível na íntegra no YouTube). Não havia ninguém a fazer música assim e, ainda hoje, é difícil encontrarmos paralelos tão intensos como os que foram aqui delineados. Coil para sempre.