
Fena EP
Impérieux
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Imperiéux, produtor relativamente recente e com incidência numa forma mutante de UK Garage, revela em "Fena" uma das faixas mais intrigantes de que temos memória dos últimos anos: "Saat" combina uma bassline minimalista, esparsa, sobre um ritmo quebrado e por onde uma melodia esquiva, quase jocosa, nos interpela de surpresa, dando lugar mais adiante à sua versão transformada, mais hostil, alta e grave a ressoar por entre o ritmo. Sound design exemplar, com várias camadas de linhas de baixo a substituírem-se umas às outras, qual lição de mistura, equalização e domínio da narrativa em iguais partes. "Sickomode" adopta um padrão rítmico mais próximo ao Techno, com palmas que quebram parcialmente o ritmo e com uma linha sintetizada, pontilhista, que mantém o suspense e a tensão em altas. Em "Saat", com um sample vocal virutalmente indetectável, um ritmo sincopado, de graves rimbombantes, canta sobre um pad reverberado, cristalino, qual freche de luz sobre a caverna do club. Pelo fim, "Cawuso," mais dubby na atmosfera e nos elementos reverberados e ecoados, liga uma bassline cantante à expansividade destes códigos do Dub Techno e com uma ideia quase de refrão sustentada pela melodia diáfana que surge a meio. Uma lição de produção com quatro faixas bastante diferentes, modernas no som, que consolidam a Hessle Audio - mais uma vez - como uma das mais importantes editoras na linhagem da música de dança britânica.