The Abolition Of The Royal Familia
Orb
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The Orb, grupo transversal à história da música de dança britânica: letrados igualmente em matérias de rave e pós-rave, fundiram delicadamente as escolas do chill-out, reggae e dub, techno e house, numa discografia que tem tanto de convidativa como de intimidante - mais de 20 discos em 30 anos. "The Abolition of the Royal Familia", pelo título, carrega uma pertinência política que pode ser interpretada lado-a-lado com o Reino Unido de hoje. Música de dança enquanto resistência, a rave como acto de liberdade: de pés assentes na terra, menos espacial, menos sci-fi, com uma estrutura mais pop e muitas vocalizações para que se perceba que o destino não se encontra lá fora, mas cá dentro das nossas fronteiras pessoais. Há poucos a fazerem-no como eles: numa fusão de estilos, de gramáticas que têm tanto de pop, catchy, como de desafiantes e introspectivas. A estrutura do disco está pensada para que a nossa viagem seja conduzida entre as etapas da excursão: a pop-dança inicial, como convite para o movimento e união dos corpos ("Daze", "House of Narcotics", Hawk Kings"), o chill-out da escola do Reino Unido (e principalmente dos KLF) com interlúdios que propiciam o descanso físico e psicológico ("Pervitin", "Afro, Afghans and Angels", "Shape Shifters"), o dub, reggae e a bass music ingleses que elevam os espíritos ("Say Cheese", "Ital Orb, "Queen of Hearts") - uma indexação dos vários capítulos desta viagem no universo de Orb. Ninguém o faz como eles.