FLUR 2001 > 2025



Jah Fire

Hugh Mundell featuring Lacksley Castell

Greensleeves

Preço normal €23,00

Taxas incluídas.

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Depois do brilhante "Africa Must Be Free by 1983" (parafraseado no disco do japonês RNA Organism, de 1980, em "Yes, Africa Must Be Free Eternally", também destacado por nós - full circle!), a sequela dá-se com "Jah Fire". No primeiro, Hugh Mundell tinha 16 anos, o que surpreende porque se trata de um dos melhores discos do contínuo roots/dub a sair da Jamaica, com ajuda de Augustus Pablo na produção. Em "Jah Fire", há menos foco em política e mais no Rastafarianismo e nas relações pessoais de Mundell. Sem Augustus Pablo, mas com a produção de Prince Jammy e capa alegadamente desenhada pelo intérprete, a cadência super relaxada do primeiro disco mantém-se e há mostras valentes de uma produção hi-fi e, sem surpresas, das vocalizações suavizantes de Mundell (lembrando, por vezes, os falsettos de Horace Andy, ou o carácter mais andrógino da sua voz). "You Over There" é um dos punctums do disco, com as letras sinceras - e bastante simples - a ficarem-se-nos agarradas à memória, por cima dos dubs com as suas guitarras a oscilarem entre matéria líquida e matéria sólida. Bombos, rimshots e linhas de baixo a mimetizarem a terra como elemento (Sly & Robbie na secção rítmica da maior parte das faixas), as guitarras são água, a voz o vento e o fogo que advém da mesa de mistura. Música elemental, fruto de confraternização entre músicos jamaicanos - como sempre- fazemos também menção honrosa às quatro últimas faixas do disco, cantadas por Lacksley Castel, num formato "Hugh Mundell presents..." ou uma demonstração de solidariedade com amigos músicos - as faixas, também produzidas por Jammy, apresentam igual calibre, groove e sentimento, com "Black Sheep" a destacar-se numa versão do tema conhecido com uma voz irresistível, inocente. Disco caloroso, húmido, próprio para a estação, carregado de calor e de vibrações próprias para virarem a carranca ao contrário. E-s-s-e-n-c-i-a-l-.