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Step On Step

Charles Stepney

International Anthem

Preço normal €29,00

Taxas incluídas.

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Eis que o nome de Charles Stepney surge à tona. Uma daquelas histórias que contraria que conhecemos tudo, que está tudo a descoberto. No caso de Stepney, em parte, até está, por ter escrito arranjos, composto e produzido temas para (preparem-se, a lista é enorme): Muddy Waters, Earth, Wind & Fire, Minnie Riperton, Dells, Rotary Connection, Billy Stewart, Terry Callier, Little Milton, Roy Ayers, Howlin' Wolf, Phil Upchurch, Emotions, Manhattans, Chaka Khan, entre muitos, muitos outros. Entretanto o seu trabalho também já foi samplado (Fugees, MF Doom, Kanye West, etc.). Faleceu em 1976 com 45 anos, por fazer ficou um álbum que andou a trabalhar durante anos, que foi gravando em casa / na cave, do qual ia falando com as filhas e que ficou por completar, editar. Mais importante, ficou por conhecer a música de Stepney. Já andámos nestas rotas, seja de ilustres desconhecidos ou de personagens enigmáticas do presente que parecem deslocar-se a outro ritmo, noutro mundo (Doug Hream Blunt). E ficámos em viciados em encontrar elos perdidos ou ideias fundadoras de qualquer género que seria popular anos depois. Em “Step On Step” não existe nada disso. Há algo de muito melhor – e não é por ser novidade – mas ouvir o disco de uma ponta à ponta é uma atividade tocante, conta uma história, navega-se por mundos imaginários do boogie, fantasias funk, manifestações de jazz ou até abordagens cândidas de expressões eletrónicas. Ao – finalmente – editar este álbum, a International Anthem passa também a imagem de uma editora que não vê só o presente – e consequentemente o futuro -, e que se preocupa com o passado e o património da sua cidade, Chicago. Por isso, “Step On Step” viaja para lá da ideia de álbum – ou antologia – com, por vezes, interrupções momentâneas com contribuições/comentários das filhas sobre determinadas canções. Mais do que informação histórica, ou complementar, sentem-se como momentos íntimos, privados, que de repente entram pela audição. Por isso, não é um álbum, ou uma antologia, mas um convite para se entrar num universo musical maravilhoso, sem hierarquias e sem limites à experiência e à criatividade de música criada no conforto do lar. Charles Stepney encontrou o seu pequeno paraíso na sua cave. Ouvi-lo hoje, ao longo destes 23 temas, que não têm qualquer compromisso com o mundo, apenas com os ouvidos e mente brilhante de Stepney, é uma alegria.