
Beside Myself
DJ Haram
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Dizer que a música é inclassificável é, de certa forma, torná-la intangível, dar-lhe um certo tom de esquisitice para que o material não seja necessariamente analisado nas circunstâncias do seu tempo. O primeiro álbum em nome próprio de DJ Haram - antes, na Hyperdub, houve 700 Bliss com Moor Mother - é inclassicável enquanto eufemismo. Isto é, é difícil de identificar a música porque é uma espécie de antitudo. Faz-nos lembrar DJ Rashad, mas não é comparável a DJ Rashad - não tem nada a ver -, apenas nos traz isso à memória pela forma encontra uma forma de catarse através de diferentes pontos de resolução. É, contudo, música central, música que puxa para o centro - e, por isso, não é “esquisita - e que quer ser do centro. Está sempre abaixo um nível, isto é, não puxa para cima - nem para baixo - quer apenas ser aquilo que é. Música-performance, música-propaganda, que pertence mais ao rock do que à pista e que puxa as margens para o centro: porque quer tudo junto. É inclassificável, sim, e talvez seja preguiça dirigir a ”Beside Myself“ assim. Mas é preciso ouvi-lo para perceber. O disco rock de 2025 que não precisa de guitarras.