Is this a queue
Alpha Maid
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Parte da música de "Is this a queue" é indecifrável, enfiada num misto de arranques e premonições que se ficam por aí. Música de gestos, artística, vá, em linha com a música mais experimental que sai no catálogo da AD93. Às tantas percebe-se a intencionalidade - e não "que há intencionalidade" - e Alpha Maid (Leisha Thomas) desvenda ideias que tanto poderia a pertencer aos Radiohead no seu prime time, como a qualquer banda a tocar de improviso nos meses sagrados da no wave. Não é tanto ao que soa, mas o que a música propõe (sugestões de arranques à Black Dice, desconstrução à Sightings, visões da estática de Lightning Bolt), e aos poucos o puzzle vai fazendo sentido, não como disco de tentativas, mas objecto de art-rock. O que faz sentido, "Is this a queue" é uma espécie de disco-verificação de um grupo de músicos que rondam a AD93 e as suas ideias: mais pop, mais rock, mais à margem, também. Ben Vince, Coby Sey e Valentina Magaletti colaboram no álbum e dão o instinto matador à coisa, quando o som deixa de ser névoa e torna-se absolutamente central. Um disco que é bom à sombra e deslumbrante (pensem no melhor de Moin) quando sai da sua zona de conforto.
