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What s Tonight To Eternity

Cindy Lee

W.25th

Regular price €30,00

Tax included.

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Se usamos o termo "cinema de autor" para distinguirmos filmes de cunho mais pessoal e com um estilo mais vincado, dos demais filmes que, serializados, acabam por saber todos ao mesmo, por que não existe um termo semelhante que se aplique à música pop? Art Pop? Pop Experimental? Todos aquém do mágico mundo de Pat Flegel, que consegue deixar a sua indelével marca nos discos que edita - tanto na banda Women (que assinou "Public Strain", um dos derradeiros álbuns Indie/Pop/Noise da década passada) como em Cindy Lee. A produção tem laivos de fantasmagoria, a guitarra rasga, desafinada, inventando melodias: escolhas de produção, composição, efeitos e tons de guitarra inauditos. Pelo meio, a documentação do que é ser um romântico incorrigível. O próprio diz que as Supremes terão sido a maior fonte de influência para a sua música, e em "What's Tonight to Eternity" o romantismo é evidente. É um disco que mostra brutalmente a sua força ("I Want You to Suffer" passa por uma ponte harsh noise impiedosa), como também mostra o quão frágil, como cristal, acaba por ser ("The Limit", uma balada inesperada, "One Second to Toe the Line" soa a Beatles num universo paralelo e numa Liverpool invertida). É o maravilhoso mundo-paradoxo de Pat Flegel: os traumas, as falhas, os lamentos, as redenções, a ironia, a vida - na gramática da Pop encontrou um espaço para experimentar como quem, propositadamente, mete cor para além das linhas.