Commutator
CZN
O nosso estimado João Pais Filipe e a italiana Valentina Magaletti parecem ter a sinergia perfeita para as excursões rítmicas onde são peritos. Improvisações percussivas, tribais, hipnóticas, que se vão desenvolvendo temporalmente, partindo de um ponto pequeno mas rapidamente atingindo uma expansão enorme. As influências dub de Magaletti perfuram o disco (não fosse ela baterista dos Holy Tongue, icónico voodoo-dub do ano passado) - e são auxiliadas pelo produtor Leon Marks , dando ainda mais profundidade aos desenvolvimentos rítmicos que se instalam em "Commutator". Os quatro-por-quatro que principiam os temas rapidamente ampliam e desenvolvem para algo mais, com os ecos das drums que se expandem em direcção ao ponto de fuga das composições. Trippy, hipnótico e com som robusto, detalhado, polido - sendo que a meio dos ritmos se erguem paisagens sintéticas que elevam a narrativa - é um disco que faz todo o sentido na editora de Vladimir Ivkovic e que promete dar que falar.