Signs
Purelink
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O conceito de Power trio pode ser aplicado a música electrónica? Purelink soa a um milagre. O terceto de Chicago principiou-se com uma série edições de autor e noutras editoras que, hoje, são de natureza elusiva. O que também seria o caso de "Signs", se este não tivesse encontrado uma reedição no ano corrente. A música é de simples explicação: memórias recuperadas das práticas de Basic Channel, ou do que podemos descobrir na Chain Reaction, mas com um twist contemporâneo. Produção limpa, cristalina, pads relaxantes esculpidos na perfeição, subgraves no ponto. Os micro-pormenores são reveladores: quanto mais atenção damos às paisagens sonoras aqui escutadas, mais impressionantes se tornam. Pensem em "4k Murmurs", com uma linha melódica progressiva, afogada em reverbs, que ganha uma dimensão maior quando ligada à secção rítmica, num swing quase jazzístico, dando leveza e um carácter prazeroso ao que aqui escutamos. Música cheia de fumo, nevoeiro, gasosa, leve. Há uma ideia de suavidade que não encontramos em nenhum disco recente. Para fãs de Jan Jelinek, o catálogo de Basic Channel e Chain Reaction e todo o espectro de música que cai no ambiental/dub/glitch. Olhar para o passado, tomar nota, empurrar para o futuro.