Everything Is Quite Now
Prequel Tapes
O clima do industrial e do EBM, do techno mais paranóico e do noise que quer ser techno recorrem a estratégias de ansiedade misturada com aborrecimento como catalisadores do power da música. Nem sempre é assim, mas… é uma claustrofobia diferente, pendente entre o pânico e a catarse. “Everything Is Quite Now” é uma visão cristalina do lado mais techno/noise que está no meio disto tudo. É um disco que referencia todos estes géneros mas não soa a nenhum, incrivelmente cinzento mas passa muito tempo sem sugerir qualquer cor. No mais recente álbum de Prequel Tapes o alemão propõe um romance inacabado – ou mal acabado – com o EBM e o industrial, referenciando o lado mais mecânico-dançável da coisa ao mesmo tempo que cita rock construtivo/destrutivo dos Sightings sem fazer uso do rock. É um jogo de peças em constante movimento, que por vezes encaixam em melodia, noutras numa relação de quem está em paz com o apocalipse; a música enquanto elemento de destruição e de compaixão, com a carne dentro das máquinas. “Everything Is Quite Now” é um disco de um futuro que nunca foi e ouvi-lo agora é uma prova de como as coisas se repetem sem se repetirem. As frustrações de Prequel Tapes estão muito bem canalizadas nesta maravilha. Por estranho que pareça – a descrição é muito escura, estamos cientes disso -, é um álbum apaixonante.